domingo, 10 de maio de 2015

Post-it pra ganhar tempo.


Foi assim que eu resolvi entregar o presente de Dia das Mães da minha mãe: totalmente coberto com esses papeizinhos de recado. Digam o que quiserem: que é uma data comercial, que os shoppings é que comemoram o dia de hoje, que nós deveríamos celebrar este dia todos os dias.


Com esta última parte eu até concordo, mas também acho que elas merecem um dia especial, voltado para elas e não todos os dias de esquecimento e falta de carinho que lhes proporcionamos sempre.

Se a rotina é o mal dos relacionamentos amorosos modernos, é também ela que nos deixa pouco a pouco acostumados com a presença fácil e o cuidado constante. E isso é tão perigoso quanto cômodo.

Pensando nisso é que eu sempre faço questão de tornar o presente em si, ou o próprio dia, algo especial e diferente. "Perco" tempo escolhendo presente, pensando em como vou entregá-lo, no que vou escrever para ela e se tudo reflete a grandeza do ser que é minha mãe. Quando eu penso que já fiz tudo de diferente, o amor toma conta da minha imaginação e eu sempre acabo inventando algo novo. E com isso quem ganha, invariavelmente, sou eu.

Desta vez, como ia dizendo, fiz um presente assim. Cheio de recados. Em cada papel, um ensinamento de minha mãe, importantíssimo ou banal, mas que me fazem pensar nela como sinônimo das coisas que escrevi.

E foram essas, entre tantas outras, as coisas que aprendi nesses 24 anos:

Sorrir.
Me defender.
Não me importar com o que os outros pensam de mim.
Jogar buraco.
Honestidade.
Paciência.
Dedicação.
Ser caprichosa.
Gostar de ler.
Descascar tomate sem desperdiçar a polpa.
Alegria.
Ajudar a quem precisa.
Otimismo.
Fé.
Fazer o meu melhor sempre.
Dar valor à família, independentemente de qualquer coisa.
Ter calma.
Ser carinhosa.
Enfrentar os medos.
Ser simpática à vida.
Como plantar uma horta.
Distribuir ternura.
Acreditar no bem.
Falar a verdade sempre.
Buscar a felicidade.

Em resumo: amor.

Depois de lidos e de descoberto o presente - uma joia - dois pares de lágrima de pura emoção apareceram ao mesmo tempo em que uma voz linda e embargada dizia: "isso é o mais bonito do presente". Ganhei tempo: dei um objeto e colhi uma emoção.