quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Promessas sinceras pra 2012!

Em 2012 eu prometo fazer tudo que eu quiser e puder pra ser feliz!
Prometo sorrir mais, com ou sem motivo, agradecer por tudo o que tenho e lutar pelo que quero com mais persistência.
Ir mais à praia e ficar menos tempo no computador, encontrar as pessoas ao vivo e não em bate-papo, curtir a vida e não as publicações!
Prometo me preocupar menos com as coisas que não posso mudar e sobre as quais não tenho mais ação.
Prometo desfrutar de todas as boas companhias: as de sempre, as novas, as inesperadas.
Vou deixar o mundo me surpreender e ter fé no que ele me reserva. Serei mais organizada e não deixarei mais as plantas morrerem.
Prometo confiar mais nas pessoas e menos no meu pessimismo, sabendo que cada um no mundo tem algo a nos ensinar.
Vou dançar como se não houvesse plateia, cantar como faço no chuveiro e não me importar com os pensamentos maldosos de quem não sabe aproveitar a vida.
Este ano eu prometo amar mais! Isso significa uma série de coisas: perdoar mais, sorrir junto, estar perto e dizer "eu te amo" pra todos aqueles que eu de fato amo, sem vergonha alguma.
Prometo ser uma boa amiga, estar mais disponível pra ajudar, pra ouvir ou simplesmente jogar conversa fora.
Vou estudar mais, me dedicar mais, trabalhar melhor, e nunca, nunca desistir.
Prometo ter menos medo, fazer o que tenho vontade e simplesmente deixar rolar.
E no fim do ano, novas promessas, novos desejos, mas a mesma sensação que tenho todo ano, de que TUDO VALEU A PENA!

E aí? Quem me acompanha?

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Fica a Dica : Redes Sociais.

Tendo em vista o crescimento do número de pessoas sem noção nas redes sociais, sobretudo no Facebook, resolvi dar alguns conselhos para essa galera.


1. Não importa quantos amigos você tenha no seu perfil, nunca se vanglorie disso: você sabe que de uma lista de 900 você, invariavelmente, só poderá contar de verdade com 5.

2. Não poste publicações sobre o quanto você se importa com o mundo: se você não se importa a ponto de fazer algo prático por ele, não é compartilhando mensagens que conseguirá alguma coisa.

3. Atenha-se ao seu objetivo na rede social: se você quer fazer contatos profissionais, nunca escreva algo como #odeiosegundafeira ou “No trabalho”. Isso dá a entender que você odeia trabalhar, a ponto de continuar conectado no facebook mesmo ao exercer suas funções.

4. Não importa o quanto você esteja se sentindo deprimido e abandonado hoje: NUNCA, em hipótese alguma, comente algo do tipo “Muito triste.” no seu perfil. Isso dá a entender que você só postou isso no intuito de alguém perguntar como você está e de você ter a pseudo sensação de ser querido. Quer ajuda? Procure seu melhor amigo depois da aula, converse com sua família ou procure ajuda profissional.

5. Quer ser engraçado? Seja, mas com bom senso. Muitas coisas que são compartilhadas não passam de lixos morais. Se você não compactua, não repasse: seja sempre honesto com você e com os outros.

6. Muita gente coloca a expressão “LUTO”, em seus perfis. De verdade, nunca acreditei na dor de uma pessoa que precisa postar isso. Fico imaginando o seguinte diálogo: “- Fulana, te liguei pra dar uma notícia triste. -O que foi? - Beltrano morreu.- Snif..snif...Poxa, que pena. Vou colocar no Facebook.” Um conselho: respeite sua própria dor para que os outros façam o mesmo.

7. Seja coerente. Se você não quer que determinada coisa seja descoberta, não poste coisas do tipo : Aquela noite foi massa, hein, amiga Fulana?. Todos ficam curiosos com isso, além de causar um mal estar com outras amigas, que eventualmente não foram convidadas para o mesmo evento.

8. Quer falar de um assunto sério? Quer mesmo? De coração? Então conheça sobre ele primeiro. Entre postar uma frase sem qualquer fundamento e não postar, com certeza o seu silêncio valerá mais e você não correrá o risco de ser ridicularizado.

9. Nunca lance uma indireta dizendo que não é indireta. Isso equivale a uma direta. Vide aula de matemática: (-) + (-) = +.

10. Por último, mas não menos importante, se você não gosta de você mesmo, não tente enganar os outros. Todo mundo sabe que as pessoas de pseudo auto-estima elevada escondem dentro de si um ser completamente inferior, que coloca os outros pra baixo, na tentativa de se sentir um pouco superior. Você, mulher, não precisa colocar frases feministas no intuito de atestar que você está sozinha por opção. Se você está sozinha por opção, é por opção de todos os homens que estão ao seu redor e não te querem. Não precisa tentar demonstrar que você é superior a todos eles, é só você se arrumar, botar uma roupinha bacana e ser legal que alguém aparece aí pra você.

#ficaadica

sábado, 8 de outubro de 2011

Crônicas do Busú - Parte I

Ônibus, busú, buzú, buzão, carro (?): o nome pode ser diferente mas a (má) experiência é a mesma. Aliás, exatamente a mesma. Quer ver?

Quando eu era pequena e vinha pra Salvador, achava o máximo andar de ônibus. Primeiro, porque minha cidade é tão pequena que não tem transporte público, segundo porque eu me sentia num brinquedo de parque, daqueles enferrujados. Eu queria sempre ir em pé, justamente pra dar mais emoção: ficava surfando nas curvas do caminho e me segurando pra não cair quando o ônibus descia uma ladeira. Era muito bacana, mas só de vez em quando.

Depois, vim morar aqui em Soterópolis, com ânimo definitivo, e passei a conviver com as agruras de não ter Carteira de Habilitação, nem carro. Como eu não sabia pegar ônibus na época, tentava me guiar pelo nome que vinha no painel. Só que o problema é que eu não sou adivinha. Como é que alguém sabe que o ônibus "Ribeira" passa no Itaigara e no Iguatemi?? Óbvio que eu não sabia. Fazia o quê? Ia perguntar pra algum baleiro que fica em ponto de ônibus. "Moço, como é que eu faço pra chegar no Shopping Barra?" "Pega Lapa". Simples assim. Com o tempo vc vai pegando a manha, observando e aí parece que tudo vai ficar mais fácil. Ilusão, difícil aguentar o ônibus todo dia. Os motivos? Acompanhem comigo:

a) Se tem uma coisa que me deixa pirada é quando eu tô no ponto há meia hora (MEIA HORA) e vem vindo o ônibus que eu quero pegar. "Até que enfim!". Só que vem vindo outro na frente e aí, bem nessa hora vc torce, vc reza, vc pede a Deus, que não deixe o seu ônibus passar por trás do outro. O que vc acha que o motorista faz? Seu ônibus vem vindo, vc estica o bracinho pra dar sinal.Ele aproveita que o outro ônibus tá no ponto pra passar por trás!!!!!!!!!!!! Você fica lá com cara de otário com o braço estendido, todo sem graça e aí xinga o motorista, seus ascendentes e descendentes até a quinta geração! Motoristas, por favor, não façam isso. É muito triste.

b) Mas o motorista não é o único que te faz sentir assim não. Tem cobrador que não tá de bem com a vida e aí resolve te sacanear também. Caso prático: "Moço esse ônibus passa no Iguatemi?". "Passa." Aí vc entra, "rezistra" sua passagem, passa da catraca, senta (se der) e fica lá ouvindo música, curtindo seu passeio. De repente o ônibus começa a entrar numas ruazinhas estranhas, com poucas casas, sem nenhum movimento, isso depois de 30 minutos. Você começa a achar estranho. Aí vê a placa "BR 324". Você dá aquele pulo: "CARA%$¨&*!". Vai tirar satisfação com o cobrador: "Você não disse que passava no Iguatemi?". Resposta: "Mas passa. Na volta." Sentimentos ruins tomam conta de você e você deseja ter o poder de lançar um "avada kedavra" no cobrador. Isso já aconteceu comigo. Não na BR, graças a Deus.

c) Fora essas duas figuras indispensáveis no busú, há aqueles que te acompanham na viagem por motivos vários. O baleiro é um exemplo. São os únicos que eu gosto, em geral. Isto porque só quem anda de ônibus pela cidade toda sabe o que é comer um "mendoratto" pra não ver o estômago em processo autofágico. Bananada, jujubas "Docile" e Halls - que se fala "RÁLIS" - são outras iguarias que podem salvar você de uma hipoglicemia séria. Já pararam pra prestar atenção no que eles falam? É sempre mais ou menos assim:
"BOM DIA, PESSOAL! PESSOAL, DESCULPE INCOMODAR O SILÊNCIO DA VIAGEM DE VCS, PESSOAL. PESSOAL, É QUE CHEGARAM AS NOVAS JUJUBAS DOCILE, PESSOAL. TEM OS SABORES DE TUITI FRUIT E IOGURTE, PESSOAL. É UMA DELÍCIA, PESSOAL!" Muito bacana. Reparem que os baleiros são pessoas de bom senso e sabem que andar de ônibus é uma "viagem" mesmo, dada a quantidade de horas do dia que nós passamos nesse meio de transporte. São figuras queridas.

d) Doutores da Alegria, Teatro da Alegria, Qualquer Coisa da Alegria: São figuras mais raras do que os baleiros, mas aparecem com certa frequência. Geralmente estão vestidos com roupas de mulher, se homens, e/ou com maquiagem de palhaço. O que me intriga nessas pessoas é o diálogo com o público, que é sempre IGUALZINHO. Assim: "BOM DIA, PESSOAL!!". Ninguém responde. Todos ficam quietos e só uma ou outra voz tímida diz um "bom dia aí...". Aí o pessoal da Alegria faz uma coisa que me irrita muito:

"NOSSA PESSOAL, PARECE QUE NINGUÉM TOMOU CAFÉ HOJE. BOM DIA PESSOAL!!!!!!!!". Vergonha alheia ( ¬¬). PESSOAL, EU ESTOU AQUI PARA DIVULGAR O TRABALHO DOS NÃO SEI O QUE DA ALEGRIA. É UMA INSTITUIÇÃO QUE PROCURA LEVAR ALEGRIA ÀS CRIANÇAS QUE ESTÃO EM ORFANATOS E HOSPITAIS. INFELIZMENTE, PESSOAL, NÃO CONTAMOS COM NENHUMA AJUDA DO GOVERNO E POR ISSO ESTAMOS PASSANDO ESTES CARTÕES COM POEMAS. SE VCS NÃO SE INTERESSAREM, PESSOAL, PODEM AJUDAR COM O QUE QUISEREM: 5 CENTAVOS, 10 CENTAVOS, 1 REAL, 100 REAIS, A CHAVE DO APARTAMENTO, O CARRO. CALMA, PESSOAL. EU ESTOU APENAS BRINCANDO. VOU ESTAR PASSANDO COM OS CARTÕES E QUEM TIVER O INTERESSE, PESSOAL, PODE PEGAR.

Quando vc vai ler o poema, sempre tem um com o desenho dos "Dálmatas", DO NADA, e um poema sobre amizade e um com um desenho de uma rosa e no verso um poema sobre o amor. Sempre que eu leio o poema, penso na pessoa que escreveu e imagino que seja uma criança pq a rima é sempre a mesma. Alguém já leu? É mais ou menos assim:
"Eu e Você.
Gosto de estar com você.
Você é meu coração.
Penso em você a todo instante.
Sinto muita emoção.
Quero você do meu lado.
Pois amo você.
Vamos seguir juntos.
Eu e você."

Pois é. Depois as pessoas me perguntam porque eu não compro.

e) Além dos doutores da alegria, teatro da alegra etc também costumam aparecer nos ônibus uns caras do "Acampamento Manassés" ou "Casa de Recuperação Efraim". Costumam dizer o seguinte: "BOM DIA PESSOAL. PESSOAL, NÓS ESTAMOS AQUI PRA DIVULGAR O TRABALHO DA INSTITUIÇÃO MANASSÉS. ESTA CASA FAZ UM TRABALHO DE RECUPERAÇÃO DE VICIADOS EM DROGAS E NÃO CONTA, PESSOAL, COM A AJUDA DO GOVERNO. EU MESMO, PESSOAL, JÁ FUI VICIADO EM DROGA: MACONHA, COCAÍNA E ENTREI NO SUBMUNDO DO CRACK, PESSOAL. PERDI TUDO, PESSOAL: MINHA FAMÍLIA, MINHA ESPOSA, TUDO POR CAUSA DA DROGA. JÁ FUI PRESO DIVERSAS VEZES, PESSOAL - nessa hora eu penso: Medo. - MAS HOJE, PESSOAL, GRAÇAS AO INSTITUTO MANASSÉS EU CONHECI JESUS E ENTÃO SAÍ DESSA VIDA. MUITOS IRMÃOS AINDA ESTÃO NESSA SITUAÇÃO, PESSOAL. ENTÃO ESTAMOS REPASSANDO, PESSOAL, ESSA CANETA LANTERNA NO VALOR SIMBÓLICO DE APENAS 2 REAIS, PESSOAL, PARA QUE POSSAMOS CONTINUAR AJUDANDO AOS IRMÃOS VICIADOS.

Em que pese o medo, a caneta lanterna é legal. Tenho duas.

f) DJ's : Estão presentes em quase todos os ônibus da cidade. Pelo menos em todos nos quais eu ando. São detestados, por mim e por todos aqueles que tem um mínimo de educação. Isto porque pegam aquele celular dual chip com rádio, bluetooth, câmera e mp3 e ouvem música no decorrer da "viagem". A poR$# do celular não podia vir com fone de ouvido? É tão melhor do que ser dual chip!! Casas Bahia, por favor, não coloque o celular dual chip, com rádio e MP3 E SEM FONE DE OUVIDO no saldão que é "só até hoje nas Casas Bahia". Depois de um dia cansativo, tudo o que vc mais quer é chegar em casa em paz. Mas no ônibus vc não encontra paz, justamente porque tem uma pessoa, que quer ouvir seu RAP, seu PAGODE, seu GOSPEL e acha que o restante das pessoas ou tem o mesmo gosto musical ou é obrigado a ouvir. Juro que uma vez eu ia pegar o meu celular, sem fone de ouvido, e colocar Silvano Salles, meu ídolo, só pra ver se a pessoa se toca. Mas depois eu percebei que não valia a pena. A música de Silvano não pode ser tocada em vão (Meu ídolo!).

g) Pessoas com bolsa grande/mochila: Gente, eu sei que bolsa é algo necessário, assim como mochila. Todos nós que precisamos passar o dia todo fora de casa temos de levar muita coisa: marmita, outro sapato (chinelo), desodorante, carteira, livro ou caderno. Enfim, muita coisa. Mas não é por isso que precisamos esmagar as pessoas. Gente, isso é feio. Observem a lei da fisica: "Dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço". Isso é essencial no ônibus. Primeiro, porque muita gente não pede nem licença, você só sente o seu baço sendo arrancado quando ela passa. Segundo, tem gente que pede licença e acha que isso legitima qualquer coisa, inclusive te jogar contra as pessoas que estão sentadas, o que é extremamente desagradável. As mochilas conseguem ainda ser um pouco piores porque, pela aerodinâmica elas se encaixam perfeitamente na sua lombar e ficam te forçando a ter lordose. Muito chato isso.

Pessoal, o ônibus é um lugar que todos usamos. Lembrem-se que o seu direito termina onde começa o do outro, vulgo "eficácia horizontal dos direitos fundamentais." Como todo lugar público, o ônibus tem também suas regras de etiqueta, e nós devemos obedecer, até porque andar de ônibus é tão ruim que tudo que puder amenizar este sofrimento é bem vindo. Depois eu coloco aqui algumas regrinhas de etiqueta no ônibus que eu peguei com Glorinha Kalil.

#ficaadica.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Das "classes sociais"

Hoje no estágio estava conversando a respeito das "classes sociais" (antes que me perguntem, não sei como cheguei nessa conversa), tentando definir qual o critério utilizado pelos órgãos do governo para se atribuir a determinada pessoa ou família a classe B e não C, entre outras. Conversando sobre o assunto eu me lembrei da divisão tradicional de classes era "classe alta", "classe média" e "classe baixa", o que soa até pejorativo.
Pra não ter problema com esse negócio do politicamente correto, inventou-se que existe uma "classe média alta" e "classe média baixa", o que criou problemas maiores ainda. Sim, porque, de acordo com essa definição você poderia ser:

Classe alta = Rico
Classe média alta = Quase Rico
Classe média média =Meio termo entre quase rico e quase pobre.
Classe média baixa = Quase pobre.
Classe Baixa = Pobre.


Depois, criou-se o sistema de letras, dividindo as classes em A, B, C, D, E, partindo de alguns parâmetros - assaz duvidosos - como nível de escolaridade, renda per capita, taxa de fecundidade etc. Penso eu que o uso desses critérios, apesar da indubitável boa intenção, não tem nada de objetivo. Isto porque é tradição em nosso país a chamada "maquiagem social".
O índice de escolaridade, por exemplo, corresponde a uma realidade formal, pois os alunos estão matriculados, concluíram o ensino fundamental, o ensino médio, todavia o que se esconde por trás dos números é que a maioria continua analfabeta - total e funcional.
Com as classes é a mesma coisa: a realidade fica sufragada em meio a tantos índices, a exemplo do número de televisões em uma residência. Aliás, quantos às análises atuais, já se criou um sistema que divide as classes em A1, A2, B1, B2, C1, C2, D e E, conforme o Critério de Classificação Econômica Brasil. Sério. Como seria essa divisão? A meu ver, é isso aqui:

A1 = Muito muito rico.
A2 = Muito rico.
B1 = Rico
B2 = Quase rico
C1= Classe média média.
C2 = Quase pobre.
D = Pobre.
E = Miserável

Os critérios vão desde o número de banheiros em casa, até o de empregadas mensalistas (o imperativo do politicamente correto não entrou aqui, consta lá empregadA mensalista mesmo).
Partindo do pressuposto de que tenho uma imaginação que foge aos padrões do homem médio, resolvi, sem usar de nenhum critério objetivo, mas partindo de observações empírico-sociológicas, criar uma classificação própria, que traz definições interessantes e estereotipadas -admito- sobre as tais classes no país, se ainda for possível falar nesses termos. A divisão e correlata definição é a seguinte:

M= Multimilionários.Com exceção de Eike Batista e um certo pastor da Igreja Universal, são quase todos políticos brasileiros. Detém os meios de produção com o suor do nosso trabalho. Tem contas espalhadas em pelo menos 10 paraísos fiscais, patrimônio de milhões de dólares, muitos imóveis, joias, carros de luxo. Possuem tudo o que o dinheiro pode comprar inclusive sentenças, acórdãos e eventualmente até estados da federação. Acreditam no poder e na força do patrimônio público e, por isso mesmo, carregam para si. Criam leis, Medidas Provisórias, votam Emendas Constitucionais, decidem processos. Comandam a Justiça, brincam com as leis e, não raro, preocupam-se com a imagem, sobretudo de dois em dois anos. Vivem bem, confortáveis e do alto de suas mansões observam seus filhos brincarem com o que puderam ter e sentem-se orgulhosos, pois deram a eles o que não tiveram. Os filhos poderão estudar no exterior.Não são presos, e se o forem não usarão algemas. Governam o país.

R = Ricos. Em geral, tem relações com os multimilionários. Muitos são artistas globais, pastores e jogadores de futebol - não enquadrados nos multimilionários. Vivem bem, confortáveis, estão acima da média. A exemplo dos multimilionários, alguns auferem renda com o suor do nosso trabalho, sob a forma de dízimos. Outros são viciados em drogas e, coincidência, são considerados "ídolos". Não vivem como pessoas normais. Em geral são excêntricos, egoístas e bonitos. Muitos querem se casar com representantes dos Multimilionários, em busca de melhores condições de vida. Muitos querem participar de eleições, com o mesmo objetivo. Muitos se suicidam. Parecem viver em um mundo paralelo, com mais ostentação do que o mundo dos multimilionários: não sabem o que é trabalho de verdade, tem medo de andar de ônibus, odeiam pobres, mas se precisam destes, passam a "amar". Tudo o que possuem é desejado pela classe média: o carro do ano, a festa do ano, a plástica do ano. Não pensam no que dizem ou fazem.

C = Classe média. Tudo tem a medida média: revolta média, indignação média, salário médio, escolas médias, saúde média. Tudo médio. Pagam impostos e esperam pela redução do IPI para comprarem mais eletrodomésticos. Frequentam Shoppings. Vão aos cinemas. Trabalham, em geral, para os ricos. Pagam mais impostos. Detém uma parcela de conhecimento maior que a dos ricos acima citados, mas não o utilizam. Contentam-se com uma vida média e uma justiça média. Sentem a inflação. Sustentam o país. Vivem preocupados, na incerteza do poder de compra de amanhã. São consumistas, vaidosos. Sonham com a vida dos ricos e não acreditam no potencial de chegarem aos multimilionários. Muitos querem se casar com os ricos em busca de melhores condições de vida. Muitos chegam a ser ricos através do Big Brother. Outros tantos através do Youtube. Reclamam dos preços nos supermercados, nos bares, nas lojas, mas mantém a indignação presa em sua mente média. Omissos, lenientes e acomodados. Têm plano de saúde, estudam em escola particular, são inadimplentes no cartão de crédito, compram coisas inúteis. Conhecem todos os esquemas dos multimilionários políticos, mas nada fazem. Esperam que os ricos façam - mas não farão. Espera que a justiça faça. Espera que a polícia faça. São advogados, médicos, engenheiros, arquitetos, jornalistas. Conformados com a vida média do país e a sua própria. Detém conhecimento, mas não sabedoria. Detém força, mas não união. São aterrorizados pela ideia nefasta de se rebaixarem à classe citada logo adiante. Pagam mais impostos.

P = Pobres. Sustentam o país. Trabalham muito, sempre. Utilizam os serviços públicos do governo: escola pública, sistema público de saúde, defensoria pública, transporte público.São secretários, faxineiras, técnicos, eletricistas, bombeiros, policiais. Não valorizados. Em vez de indignação, tolerância. Muitos são analfabetos. Moram onde podem, e de aluguel. Pagam impostos. Acordam cedo, em geral 05:30 da manhã. Poderiam se aliar à classe média, mas ela não se mistura com eles. Eles também preferem deixar os problemas de lado e fazer um pagode. Sonham com coisas não públicas: a casa própria, plano de saúde, escola particular. Observam a vida dos multimilionários pela Revista Caras. Gostariam de ser médios e fazem piadas com a pobreza. Os médios se acham tão superiores a eles quanto os ricos em relação a todo mundo. Pegam três conduções, em média. Os filhos querem ser jogadores de futebol, as meninas modelos. Vivem mal.

M² = Miseráveis. Não tem acesso a educação. Tem em média 5 a 8 filhos. Eles frequentam a escola que fica a 5 km de casa. Na escola não tem: professor, material escolar, livros, fardamento, merenda. Recebem o bolsa-família. Em geral são lavradores ou operários. Moram em qualquer lugar. Alguns embaixo da ponte, outros em uma casa de taipa. São invisíveis para as demais classes. Não sonham. Se sonhassem preferiam que fosse com comida, artigo raro hoje em dia. Trabalham de sol a sol. Não sabem o que é "lazer". Seus filhos não tiveram infância e os filhos dos filhos deles também não terão.Alguns vão pra outro local e conseguem ser pobres. A expectativa de vida é baixa. O que tem de pobreza, tem de fé. Alguns cometem crimes e estes sim, serão algemados, sufocados, torturados, assassinados.  Multimilionários tiram fotos com seus filhos nos braços para a campanha eleitoral. Sobrevivem.

P.S. Qualquer semelhança com a realidade pode não ser mera coincidência.
P.S.². Partindo do pressuposto de que os últimos serão os primeiros, e de que os primeiros serão os últimos, fica fácil saber quem são os verdadeiros miseráveis do país.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Fica a dica de Nostalgia (coisas bizarras no vestibular)...

O momento do vestibular, ou agora do Enem, é, sem dúvida, um momento de tensão para todos (eu disse, TODOS) os vestibulandos. Já passei dessa fase há muito tempo (graças a Deus), mas ontem estava me lembrando de quando prestei vestibular pela primeira vez pra valer. Tenho certeza que várias dessas coisas já aconteceram com você (ou irão acontecer).
A primeira coisa que sempre acontece quando você vai fazer prova do vestibular é checar umas 1.000.000 de vezes se seu nome está aparecendo naquela paradinha do cartão informativo. Você olha aquela po*** todo santo dia, com medo de que algum ser maligno das trevas de repente tire seu nome do sistema e você não consiga fazer sua prova.

O medo de perder a prova também faz a gente perder a noção também...Na  paradinha do cartão informativo tá dizendo "Os portões serão abertos às 07:30h e permanecerão abertos até as 08:00h". Você sai de casa 06:00h!!! Não importa se a sua casa fica a 500m do local de prova, você estará lá às 06:00h e o mais interessante é que outros malucos também estarão! Você vai ter que esperar uma hora e meia pra entrar na maldita escola onde você vai fazer a prova....O que fazer pra esperar?

Enquanto espera o portão abrir você fica conversando com a pessoa da sua família que tá ali te dando apoio. "A pessoa", no singular, é modo de expressão, porque com certeza já fizeram um mutirão, uma caravana de gente (tipos aquelas do programa do Sílvio Santos) pra ficar ali com você esperando o portão abrir...sua avó, seus primos que já passaram no vestibular e ficam tirando sarro, sua mãe que fica mandando você tirar aquela remela do olho (já que acordou muito cedo) e seu pai que não cansa de dar incentivos do tipo: "Olha lá, hein?? Não vai vacilar"
Realmente, um incentivo muito grande para quem já está se cagando de medo da droga da prova.

O pior é que nessa hora você até que tenta lembrar de alguma coisa dos assuntos, mas na sua cabeça não vem nada....NADA! O desepero começa a bater, você começa a pensar que não vai lembrar nunca mais de nada e ficar burro até morrer, quando vem o seu melhor amigo, colega de sala e faz A MELHOR PERGUNTA PRA UM VESTIBULANDO: E aí? Estudou tudo????

Na hora você quer mandar ele tomar naquele lugar, ir pra PQP, mas não pode. Por que? Porque ele é seu amigo. Mas aí você começa a pensar se realmente estudou tudo: "Será que vai cair números complexos mesmo???? Nossa, não li Viva o Povo..MEU DEUS!". Você simplesmente olha pra ele e diz: "Rapaz, estudei.....Tamo aí...".

E aí ele faz a segunda melhor pergunta: TÁ TRANQUILO?
O QUEEE? Tranquila tá a sua mãe! Eu vou fazer uma prova e essa não é uma prova qualquer que eu posso pescar e etc não! Essa prova vai decidir meu futuro, car****!
E você responde: "Tranquilo"

As pessoas começam a se aglomerar, as conversas começam a surgir, você começa a ficar mais e mais nervoso e pensa " eu devia ter trazido algo pra ler, pra reler, rereler, comer...sei lá".

Mas não se preocupe..Sua mãe com certeza vai levar ou vai mandar um lanche pra você. Só que da mesma forma que a gente perde a noção do horário nossas mães perdem a noção de quantidade.
Parece que elas fazem uma marmita pra um mês no HAITI! Você olha para aquele saco plástico entupido de coisa e fala: que porra é essa????? Tem de tudo. E outra: quem disse que no vestibular a gente tem que comer barra de cereal???????? Por que??? Quem proibiu de comer Bono??? Aí na sacola que sua mãe fez tem umas 5 barrinhas dessa, um sanduíche, todynho, um chocolate, biscoito... Juro por Deus que na vez que eu fiz vestibular um cara tirou da sacola um quilo de acerola!!!!!!! Como assim? Você não vai ter tempo de comer e pior que isso: você tem que rezar para não te fazer mal, porque se a dor de barriga vier, ela vai te pegar na hora da prova...não é antes, nem depois, É NA HORA!!!

A gente começa a ficar meio doido, os portões vão abrir? Parece que sim. Vem vindo o brotherzinho que abre o portão. As pessoas se aglomeram na frente como se fossem comprar os últimos ingressos da final do  brasileirão e entram correndo. Que merda! O portão abriu mas a prova só começa meia hora depois!!! Os malucos já estão lá sentados na sala, esperando a prova chegar. Aí você resolve entrar.

Antes de você entrar no colégio sua mãe, avó ou outro ente querido te entrega um pequeno kit de ajuda espiritual: uma vela de 7 dias, um santinho de Santo Expedito (o santo das causas impossíveis), um terço, um orixá (já vi aqui em Salvador), fósforo pra acender a vela e uma imagem de Nossa Senhora. A mesa que você vai fazer a prova parece um altar ecumênico. A porra da vela pesa uns 30 kg. Você tem medo de pegar fogo na sua prova. É uma confusão.

Ma, enfim, santo é santo e alguém rezou por você pra dar tudo certo. Você vai ter que fazer o esforço de levar seu kit pra lá. E você leva.

Quando você vai entrando no lugar de realização da prova (que geralmente é uma escola pública) você pensa que alguém jogou uma bomba naquela bagaça ali. Sempre tem uma pilha de cadeiras quebradas de um lado, aquele bebedouro sem água do outro. E você vai se dirigindo à sua sala, com o cartão informativo na mão, seu documento de identidade na outra e umas três sacolas plásticas, que fazem aquele barulho irritante.
Sempre quando você entra, não importa, SEMPRE, o seu lugar vai ser aquele onde bate sol, onde tem uma goteira no teto ou onde a cadeira está "em falso". Isso vai acontecer. Você nunca vai se sentir confortável, porque o vestibular não é pra você se sentir confortável. É pra você suprar dificuldades. E isso começa na sua sala.

Enfim você senta, começa a montar seu altar e fazer um plano de alimentação, toma aquele gole de água que desce bem seco e começa a olhar pro lado. De repente, quem você vê?? Aquele seu colega CDF que só tirava 10. O olhar dele tá tranquilo, nenhuma dúvida parece habitar a mente dele e você deseja por um milésimo de segundo ser aquele cara, mesmo ele não pegando ninguém na vida.

Os fiscais chegam na sala e começam a dar as instruções: nada de celular, pager, rádio de pilha, iphone, ipod, cd player, toca fitas, fone de ouvido, boné (???). Só lápis, borracha e caneta na mesa. Você trouxe umas 10, caso alguma não funcionasse, 5 prestas e 5 azuis pra não ter problema com a cor. Aí chegam elas: as provas. Tudo lacrado. Segurança na porta. Caramba! Dá aquele arrepio na espinha, aquela vontade, de repente, de ir no banheiro, beber água, comer e dormir ao mesmo tempo. O desespero bate.

O fiscal começa a distribuir os cartões de resposta pra você marcar. E esses cartões são bizarros porque tem uns que você tem que preencher com precisão cada milímetro daquilo. É uma nanoresposta! É prova de coordenação motora?? Que droga é essa? A caneta só escreve forte se for com força, devagarzinho e com calma não vai, fica falhando, é um horror.

Você assina seu nome na folha de respostas e percebe que nem parece sua letra. Você tá tremendo como se estivesse num terremoto de 9.9 na escala Richter (nem sei se é assim que se escreve, faltei nessa aula). As provas começam a ser entregues, viradas pra baixo. Você, espertchinho, começa a querer ver alguma coisa contra a luz, mas isso não tem razão de ser porque mesmo que você veja algo antes não vai conseguir pescar a tempo. Já era. Essa é a hora de fazer todas as orações e mandingas que você aprendeu com sua avó e Pai Rodrigo de Oxóssi.

Você abre a prova e lê todas as instruções umas 5 vezes. Vem as questões. Não sei porquê, parece que no vestibular, a comissão que elabora a prova pesquisou quais os assuntos que você menos estudou pra colocar ali. Se você estudou mais termodinâmica e logaritmo tenha certeza que vai cair eletrostática e funções. Simples assim. Você começa a ler a prova de Português, os textos e as assertivas pra responder, lembrando que se a prova for de soma (quando vc tem que somar as alternativas todas) você vai fazer aquela conta mil vezes pra ter certeza de que não errou.

Você vai fazendo sua  prova e começa a ficar mais tranquilo, mais relaxado. Quando tudo parece correr bem começa a bater um sol na sua cara. Você começa a ficar puto com aquilo. E o mais estranho é que as salas de prova ou são muito quentes ou muito frias (ou você leva casaco ou vai de roupa de praia), não existe um meio termo.

De repente, naquele silêncio um FDP abre o saco plástico e começa a fazer aquele barulho irritante de salgadinho sendo aberto (ssssssshhhhhhhhiiisiiihsishsihsishishishsh). Aquilo vira reação em cadeia: todo mundo começa a abrir sacola, embalagens, vasilhas tupperware, marmitas e papel alumínio, aquele cheiro de chulé daquele salgadinho sabor queijo e do seu lado alguém que come de boca aberta.

Mas você pensa: já tá no final. Vou continuar fazendo minha prova tranquilo. Tranquilo?? A fiscal faz o favor de dizer: Gente, 30 minutos para o fim das provas!!! Como é que é???? Eu comecei a fazer agora!!!! Você começa a refazer tudo, as somas, colocar as nanorespostas na folha, rever o que ainda não fez e chutar. Você começa a ver qual resposta é a mais "bonita" e mete bronca! Quando falta 2 minutos você termina. Não comeu nada. Não bebeu água. Não acendeu a vela de sete dias. Não foi ao banheiro (e você agradece muito por não ter havido nenhum "desarranjo"). Sai da sala com aquela sensação de "Graças a Deus acabou".

Acabou? Que nada, ainda tem o segundo dia. E nesse segundo dia, a única certeza que você tem é que tudo vai acontecer da mesma forma.

Uma coisa é verdade. Isso tudo passa. Você passa, mais cedo ou mais tarde.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Fica a dica de pureza...




Que bom seria que nossos amores fossem todos assim: sem medo, sem jogos de sedução, sem orgulho...só com o sorriso e a esperança deste pequeno chinês. E  nós insistimos em achar que sabemos mais que eles...
Lindo!