quarta-feira, 11 de abril de 2012

Fica a dica de saudade....

Hoje me bateu uma saudade dos meus tempos de criança!

Aqueles tempos em que eu dormia preocupada e acordava ansiosa pra não perder o desenho animado da televisão.
Saudade do tempo em que eu saía de casa com minha lancheira cor-de-rosa da Tupperware, onde minha mãe havia colocado cuidadosamente meu lanche (um salgado gostoso dentro da vasilha e suco - sempre de maracujá- dentro da garrafinha cuja tampa virava o próprio copo).
Saudade do cheiro de giz-de-cera e de praticar bullying com os coleguinhas que ultrapassavam o limite do desenho na hora de pintar.
Do tempo em que eu jogava gude, pulava amarelinha e brincava do clássico jogo "Polícia e Ladrão" (e não tinha que me preocupar com o contraditório e ampla defesa do ladrão, muito menos com garantias processuais).
Queria de novo aquele cheiro de livro novo e o prazer de descolar suas páginas um pouco grudadas. Saudade das musiquinhas que aprendi na escola, de apostar tazo, de decorar tabuada e acertar, me achando, quanto era 9x7.
Saudade da época em que eu fazia catecismo e só ia lá pra roubar goiaba de uma goiabeira que tinha perto da igreja.
Saudade de voltar da escola pra casa correndo, como se tivesse apostando corrida com o vento e quando chegava no portão já sentia aquele cheiro bom de comida da mãe da gente.
Dos tempos em que eu conseguia fazer todos os deveres de casa em 30 minutos e estava com o restante do dia livre pra brincar.
De quando eu jantava e afastava todas as verduras e temperos no prato porque não gostava e de como minha mãe reclamava com isso.
Saudade das noites em que meus pais assistiam ao Jornal Nacional e eu ficava atenta ouvindo as notícias sobre FMI, Bovespa, corrupção, Brasília, ACM, Governo Federal.
E no meio de tanta notícia, a única preocupação que povoava minha mente era: "Em que lugar eu vou me esconder hoje quanto tiver brincando de esconde-esconde?"

Parece irônico como a gente quer tanto crescer e nem percebe que tá crescendo. Quando vê, as responsabilidades batem à porta, as preocupações são outras e a gente deixa passar os cheiros, as visões, as formas das coisas que nos fizeram tão felizes.

Hoje, olhando a pilha de coisas a fazer, o que eu mais desejava era poder voltar a ser criança só por um dia e fazer tudo igual ao que era antes...ou melhor, aproveitando mais, e deixando lembranças bem mais vívidas que estas.

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