quarta-feira, 14 de março de 2012

Mulher de verdade.

Eu queria ter escrito este texto numa data mais oportuna: O dia da mulher. Mas perdi a oportunidade e acabei protelando o post. Saibam, no entanto, que mais dia menos dia eu ia ter que publicar, pois considero o assunto da mais absoluta importância, e espero que vocês também.

Percebi com muita tristeza que muitas mulheres não se valorizam, não se dão valor. Aliás, como eu sei que muita gente é adepta da "pseudoleitura" ( = lê uma frase e já espalha que eu sou antissemita, neonazista, machista, capitalista, burguesa, xiita), quero deixar claro desde o início que não estou falando sobre "se valorizar" no sentido deturpado que muita gente pensa: "Aquela menina não se valoriza. Tá pegando geral."

Antes penso o contrário: aquela menina que está atraindo a atenção de todos e resolve ficar com mais de um, se valoriza muito. Valoriza-se tanto a ponto de respeitar sua própria consciência e fazer o que tem vontade. Porque, penso eu, valorizar-se é antes de mais nada se conhecer, fazer o que tem vontade, não ir de encontro ao que acha certo. É respeitar-se, em suma, a si e a suas opiniões e interesses.

Também não estou falando do julgamento dos outros, até porque uma mulher que se valoriza nunca precisará se preocupar com isso. O valor que os outros te dão, é com os outros. "Se eu fosse me preocupar com o que os outros pensam sobre minhas condutas morreria sozinha sem ter vivido", é o que penso.

A mulher que se valoriza é a mais irresistível das criaturas e digo que tive a honra de conhecer algumas delas. Esta mulher se conhece, sabe o que quer, sabe do que gosta, pelo que se interessa e age de acordo com seus próprios ditames de moral. Ela não precisa de ninguém pra ser feliz, porque ser feliz junto e se fazer um apêndice do outro é fácil, mas ser feliz com o valor que se tem é que é difícil e demanda aprendizado contínuo.

Uma mulher de verdade não fica se podando, nem deixa que um homem o faça: ela pode rir descontroladamente numa mesa de bar comendo uma coxinha com a mão e bebendo uma cerveja, contando os casos engraçados de sua vida com um tom de voz alto. Porque se valorizar é ser aquilo que se é.

Uma mulher de verdade pode ser romântica e admitir que chorou copiosamente assistindo "Um amor para recordar", falar baixo, ser comedida, mas, por baixo de tanta "fragilidade", pode lutar boxe, frequentar botecos na periferia e ser desinibida nos momentos que interessam.

Quem inventou que mulher tem que ser perfeita/"phynnah"/delicada/bonequinha de porcelana/esposa?

Aí eu, que já penso isso tudo e sempre pensei, vejo no facebook um monte de menina (porque eu não posso chamar de mulher, obviamente) chorando pitangas por causa de homem, se descabelando porque ele está com outra, comendo sorvete e chocolate e ouvindo Adele porque "sofrer faz bem". Caiam na real! Sofrer pra quê?  Se você se valoriza não vai se deixar sofrer assim não. Não assim, intencional e desesperadamente como se o mundo acabasse de ruir sob seus pés.

Mandar diretas como se fossem indiretas, postar fotos de roupa curta e maquiagem carregada depois de levar um pé na bunda pra mostrar que está "ótima" (quando tá morrendo por dentro), ouvir música de sofrimento (exceto as de arrocha, é claro, que são sempre bem vindas)? Isso é coisa de mulherzinha.
E outra: não são todos os homens que conseguem sustentar uma mulher de verdade do lado não viu? Tá pensando que é fácil pra um homem,  gênero egoísta acostumado a ser o centro das atenções, ter uma mulher de verdade do lado chamando a atenção por onde passa?

Mas apesar daqueles que não conseguem valorizar a mulher de verdade, ela mesma supre o valor que lhe falta ser atribuído pelos outros justamente porque não tem tempo de se preocupar com conjecturas alheias.
Ela está ocupada cuidando de sua própria vida, de seus desejos, fazendo o que tem vontade e que está de acordo com o que acha certo, sendo honesta consigo mesma.

A mulher de verdade está sem tempo de lamentar a vida, os erros, os outros. Ela está simplesmente dirigida a um único propósito: ser feliz.


E eu sou feliz sendo assim (só pra vocês saberem, hehe).

#ficaadica


4 comentários:

  1. Aaaahhh...ainda bem que você fez a devida ressalva ao sofrimento que o arrocha proporciona, porque desse eu não abro mão! Ninguém deve abrir mão! Hehehehe! Massa como sempre!

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  2. "A mulher que se valoriza é a mais irresistível das criaturas (...) Esta mulher se conhece, sabe o que quer, sabe do que gosta, pelo que se interessa e age de acordo com seus próprios ditames de moral. Ela não precisa de ninguém pra ser feliz.
    (...)
    Aí eu, que já penso isso tudo e sempre pensei, vejo no facebook um monte de menina (porque eu não posso chamar de mulher, obviamente) chorando pitangas por causa de homem, se descabelando porque ele está com outra, comendo sorvete e chocolate e ouvindo Adele porque sofrer faz bem."

    Seguindo a lógica do primeiro parágrafo destacado, a mulher que se valoriza é aquela que faz o quer, por achar que suas verdades são as únicas que devem ditar o comportamento dela. Sendo assim, o que faz uma mulher que chora "pitangas por causa por causa de homem" não ser uma mulher que se valoriza? E se a verdade dela for a de que mulher que se valoriza é a que tem esse tipo de comportamento? Que segue seus sentimentos e não tem vergonha de colocar no facebook, ou seja lá qual for a rede social que ela use, que está chorando por tal homem? Pela lógica apresentada, se isso for o que ela tem como verdade, não poderia ser classificada como "mulher que não se valoriza". Ela não está fazendo nada mais do que agir "de acordo com seus próprios ditames de moral" como tu mesma diz.
    Enfim... gostei do texto.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Mari, eu pensei o mesmo que o Amorim Nascimento. Realmente colocando em evidência os dois trechos do texto, há uma contradição (mesmo eu achando essa contradição plausível).

    Enfim, seus textos são sempre muito bons ;D
    Concordo com boa parte do que foi dito, e enquanto homem e que conversa com muitas mulheres (com o sem intenção de algo a mais além de amizade) eu percebo que a maioria delas, podem não ' se valorizarem' como vc descreveu, por conta de uma insegurança sem sentido.

    Eu confesso ser um cara inseguro também em determinados aspectos, mas a insegurança feminina é sem dúvida o que leva muitas garotas e não se valorizarem enquanto como mulheres e até como ser humano mesmo ficando a mercê de modinhas e exposições desnecessárias.

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