sábado, 20 de abril de 2013

Das exigências.

Que em vez de me chamar para sair, me peça para ficar.
Que me estilhace em mil outras de mim, em vez de me completar.
Que em vez de abrir a porta do carro, abra a porta de sua vida inteira.
E que não me traga flores. A partir de hoje eu só aceito buquê de sonhos.
Sorrir é muito pouco. Quero quem me faça gargalhar, rir mesmo, rir muito, de mim, dos meus próprios erros e de todas as minhas futilidades.
Em vez de promessas ocas e inúteis, quem me traga um oceano de verdades, até as que eu nunca quis ouvir.
Que em vez de me dar sentido, me retire a sensatez, a lucidez, me arranhe a tez e me tente, me acalente, depois me oriente só pra eu perder meu prumo. Só pra eu mudar meu rumo.
Não quero fotografias,
Não quero provas para mostrar ao mundo.
Quero alguém que seja tão só o porta-retrato dos momentos que eu fotografo,
Que invento e que gravo só com a minha memória.
Tampouco quero ter uma história. Antes um conto, uma crônica, uma anedota, algo fácil de ler.
Algo que nos traduza com humor,
Com amor,
Algo que eu consiga escrever.
Não procuro o ideal insosso.
Procuro o surpreendente.
O que vive,
O que pulsa,
O que grite e me chame!
Que queira ser a gente em vez de meu só
Que não querendo mais, me fale sem dó
Mas que de qualquer parte de mim nunca se esqueça.
Não quero apenas que me ame.
Quero alguém que me conheça.

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