quinta-feira, 15 de maio de 2014

Ser tão.

Sou o próprio Nordeste
No sangue e na pele
No brilho do olhar

Fui feita pra dança
E minha Asa Branca
Me leva a voar.

Sou água de chuva
Que a vida saúda
No solo rachado.

Mulato aguerrido
Que manda os bramidos
Pra tanger o gado

Sou neta de vaqueiro
Sombra de juazeiro
Sou o cheiro da arruda

Eu sou benzedeira
Mas já fui parteira
Na hora da ajuda

Sou sol escaldante
Sou seu comandante
Lampião do cangaço

Sou fraco e franzino
Mas o meu destino
Eu mesmo é que traço

Sou toda lua cheia
Que o Sertão encandeia
Que ilumina a estrada

Sou seu candeeiro
Forró no terreiro
Sou Luiz Gonzaga.

E se um dia disserem
Que ser do Nordeste
É má condição

Respondo sem risco:
Só é tudo isso
Quem sabe ser tão.




Um comentário:

  1. Ser tão?
    Tão ser!
    Sê o nome da sua carne
    Sê de janeiro a janeiro
    Pois habita em ocê
    Um universo inteiro.

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